sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Daily Dawn

3:00
Sentada ao monitor, na escuridão da madrugada, oito filmes passam em minha cabeça e as imagens se confundem, como em uma valsa colorida, apressada. Os sons se misturam e meus pensamentos congelam - desperto repentinamente. Radiohead ecoa e "Jigsaw Falling Into Place" toma conta da minha mente e do meu corpo. Corpo suado, calmo, que ainda não se cansou. Volto a raciocinar e percebo o monitor ainda em minha frente.

3:30.
Silenciosamente, direciono-me para o calor da noite e para a tranquilidade dos corpos adormecidos em seus lugares. Sozinha, sinto-me viva e escrevo. Escrevo para o tempo parar e eu continuar vivendo. É a chance da minha solidão me dominar e eu aceitá-la por inteiro.

4:00
A água desliza sobre o meu corpo, sentindo minhas curvas e imperfeições. O perfume se espalha por todo o ambiente, e, de olhos fechados, respiro fundo para a noite. A calma, ainda em mim, completa-me e esqueço o tempo, o espaço, esqueço o meu corpo. Mergulho em minha virilidade, e só.

4:30
Deitada sobre o lençol, olho o teto através do escuro. Sinto-me sufocada e, ao mesmo tempo, a liberdade me preenche inexplicavelmente. Ponho os fones no ouvido, para esquecer o barulho do vento e os ruídos da avenida. E novamente Radiohead ecoa em mim. "Nice dream" sugestivamente se espalha por todo o meu corpo, até que sinto meus pés se contorcendo com a melodia. A angustia me provoca e surto com um grito ensurdecedor. Ninguém acorda. Adormeço.

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