domingo, 22 de agosto de 2010

Por que não?

Existem tantas palavras, ditas e escritas a toda hora, em todos os lugares, que as pessoas já se cansaram delas. O tempo sempre traz, para cada pessoa particularmente, um receio de que ele [o tempo] passe tão rápido, que a gente só deva correr cada vez mais, para pegar o próximo trem, que está sempre mais rápido que o anterior. Como os números, as palavras não existem, de fato, por isso têm tantas formas e ninguém as escreve igualmente, mas todos conseguem se entender de alguma maneira. E a gente conversa, e escreve, e desenha e não há como evitar esse fato, embora muitos tentem loucamente, isolando-se nas suas cavernas pessoais, nas suas cabeças - confesso que fazia MUITO isso. É engraçado observar como as pessoas se relacionam, como se conectam, como se evitam, na maioria das vezes, sem nenhum motivo aparente e como podem reverter tudo isso só por causa de outra pessoa, por exemplo.

É inexplicavelmente irritante não conseguir se expressar. Quebrar a cabeça e não conseguir dizer exatamente o que se pensa, sem confundir as pessoas - porque no final sabemos que as pessoas sempre estão confusas o bastante pra não se irritarem. Tudo ao meu redor me influencia, motiva-me, choca-me, entristece-me, então a todo momento eu terei novas coisas na cabeça e nunca vou conseguir defini-las direito. Sempre me perguntei porque escrevia e descobri que queria me conhecer. Quando paro, é como se não estivesse mais em mim. Como se houvesse um piloto automático que me controla por algum momento. Às vezes tudo é tão claro, que respiro calmamente, outras vezes é tão descontrolador meus sentimentos, que se pudesse explodir, já o teria feito. Há tantas coisas em mim que não saem pela garganta, tantas vontades que ainda me deixam presas na cadeira. É incrivelmente sufocante quando duas pessoas sabem o que querem, mas não sabem como o querem, quando elas estão presas à gravidade, e quando nada faz mais sentido. Bob Dylan dizia que ele não fazia música, elas estavam feitas no espaço e ele as escrevia. O mesmo são os sentimentos das pessoas, mas com um detalhe. Todos os sentimentos possíveis estão em cada pessoa e tenho certeza de que a todo momento ela sentirá um diferente. Às vezes quando eles vêm na mesma hora, é tão desesperador. Todos têm todos, mas poucos conseguem senti-los de fato. É tão intenso quando todos os sentimentos se misturam que é quase impossível de descrevê-los, como é quase impossível descrever o nada. Tantos acham a maior idiotice do mundo, e não posso negar, já que agora sooei como completa idiota, mas o que isso é em frente ao racismo? Tudo depende de um ponto de vista, e não creio que o meu esteja mais errado que o de muitas pessoas que conheço. No final, o que poderia pensar é: ENFIM...