sábado, 31 de outubro de 2009

Primeiro De Trinta

Após 18 dias do meu 18º aniversário, ganhei o melhor presente de todos e uma carta de três páginas - frente e verso - de alguém muito especial e é aí que vejo que ainda existem pessoas capazes de me surpreender de verdade, enquanto outras ainda estão fadadas ao meu desprezo e extermínio. Mesmo muito distante ou, aparentemente, muito perto, são as mesmas. Posso até me sentir a criadora do que me cerca, pois já sei exatamente como acontecerá mesmo. Não que eu saiba de tudo, longe disso, mas é tudo tão óbvio!
Óbvio à sua maneira, porque cada um tem o seu "óbvio", o que eu poderia chamar de TILT. É aí que entra a Lei 25. "Registre os temperamentos das pessoas que você conhece e se adapte a cada um deles". O negócio é: qualquer deslize e adeus, não tem conserto por hora. Então eu penso em quantas pessoas conseguiram se adaptar ao meu temperamento e até onde os temperamentos podem se aturar.
Talvez eu devesse parar de esperar por uma surpresa. Vai ver que, por esperar, não há surpresas. Não há mistério. Não há frio na barriga. Não há mais nada além do que eu já poderia esperar. Mas, como uma estrela cadente, às vezes pode surgir um brilho a mais no céu, um destaque rápido, porém memorável. Nunca se sabe.
É por tanta estupidez que diariamente me aparecem tantos egocêntricos hedonistas, frutos de uma verdade óbvia que é o ser humano. Vale a pena generalizar.

E hoje, como todo começo de mês, busco algo novo e inusitado.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O dia em que cortei o cabelo

Hoje eu cortei o cabelo e gostaria de deixar claro que, para mim, cortar o cabelo é como eu querer me afogar em novos tempos. É como mergulhar em águas novas, com medo de morrer afogado, ou provar uma fruta exótica, porém saborosa. É como ter certeza de que vão te notar de alguma forma. É como querer chamar a atenção de alguém por um tempo indeterminado. É como consertar um carro desgastado e tentar se sentir melhor dentro dele depois de reparado. Neste momento, não é um simples corte de cabelo, é uma exteriorização da minha necessidade de mudança. Uma forma de mostrar que eu não quero ser mais a mesma de ontem, nem mais a mesma que se arrepende amargamente do último corte que fez. Enfim, é a forma menos pavorosa de dizer: estou com medo, mas estou disposta. É uma forma de mostrar o que eu gosto e, para quem não gosta, não tocar no meu novo cabelo, que eu tanto gosto e cuido. Agora meu cabelo está cortado e eu vou cuidar mais dele, porque da última vez que cortei, todo mundo dizia que estava feio, mas eu passei tanto tempo com meu cabelo supostamente feio e me senti a melhor pessoa do mundo, até cortar, sem querer, de olhos fechados e estragar todo. Agora cortei direitinho. Cuidadosamente. E aos poucos ele vai crescendo. E no dia que eu precisar cortar de novo, cortarei exatamente como da primeira vez, que me senti a melhor pessoa do mundo.