terça-feira, 6 de outubro de 2009

O dia em que cortei o cabelo

Hoje eu cortei o cabelo e gostaria de deixar claro que, para mim, cortar o cabelo é como eu querer me afogar em novos tempos. É como mergulhar em águas novas, com medo de morrer afogado, ou provar uma fruta exótica, porém saborosa. É como ter certeza de que vão te notar de alguma forma. É como querer chamar a atenção de alguém por um tempo indeterminado. É como consertar um carro desgastado e tentar se sentir melhor dentro dele depois de reparado. Neste momento, não é um simples corte de cabelo, é uma exteriorização da minha necessidade de mudança. Uma forma de mostrar que eu não quero ser mais a mesma de ontem, nem mais a mesma que se arrepende amargamente do último corte que fez. Enfim, é a forma menos pavorosa de dizer: estou com medo, mas estou disposta. É uma forma de mostrar o que eu gosto e, para quem não gosta, não tocar no meu novo cabelo, que eu tanto gosto e cuido. Agora meu cabelo está cortado e eu vou cuidar mais dele, porque da última vez que cortei, todo mundo dizia que estava feio, mas eu passei tanto tempo com meu cabelo supostamente feio e me senti a melhor pessoa do mundo, até cortar, sem querer, de olhos fechados e estragar todo. Agora cortei direitinho. Cuidadosamente. E aos poucos ele vai crescendo. E no dia que eu precisar cortar de novo, cortarei exatamente como da primeira vez, que me senti a melhor pessoa do mundo.

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